Inicialmente gostaríamos de esclarecer que esse artigo não pretender ser um guia de implementação de programas de inovação e nem abordar exaustivamente o tema. Programas de inovação demandam que o tema esteja no planejamento estratégico da empresa, que sejam realizados os investimentos e alocação de recursos necessários, bem como a geração de uma cultura criativa e inovadora.

O mais importante a ser pensado é: Inovar para quê?

Parece uma pergunta boba, porém a palavra inovação tem aparecido em praticamente todos os discursos de negócios na atualidade. Praticamente todas as empresas se dizem inovadoras. Para o filósofo Luiz Felipe Pondé em entrevista para a TV Cultura, há um certo “fetiche” sobre tecnologia e inovação. Ele diz que a palavra inovação anda meio “brega”.

De fato, a palavra inovação tem sido utilizada de forma muito superficial e com uma conotação marqueteira. Inovar não é um jargão é uma cultura.

A base da necessidade de inovação vem do fato de que vivemos em uma sociedade que busca por melhores produtos e serviços e por outro lado as empresas buscam por otimizarem seus lucros e perseverarem no mercado.

Existem basicamente 3 forças que dirigem a inovação, são elas:

  • Intensificação da competição (sobrevivência da empresa)
    • Mudanças de necessidades nos clientes (desafios da humanidade)
    • Avanços tecnológicos

Estratégia inicial

A primeira coisa a ser pensada em um programa de inovação é na estratégia da empresa. Qual seu propósito, seus valores e seus objetivos. Um programa de inovação tem que gerar produtos ou serviços que levem a empresa a cumprir seus objetivos.

Uma vez que a empresa entenda seu propósito e objetivo, então pode iniciar a sua jornada para ser uma empresa realmente inovadora.

A estrutura de um programa de inovação contém alguns pilares fundamentais, tais como:

  1. Formalização do processo de gestão de ideias e inovação
  2. Estabelecimento da estratégia de inovação
  3. Criar uma organização
  4. Implementar um ciclo composto por criar, selecionar e implementar

Em seguida, a empresa deve avaliar as relações entre os paradoxos da inovação ou seja:

  • Como gerenciar as incertezas e minimizar os riscos?
  • Como lidar com o equilíbrio entre criação x capacidades x implementação.
  • Como obter benefícios da colaboração. A empresa deve trabalhar sozinha ou gerar um ecossistema inovador?
    • Estabelecer parceiros (clientes, fornecedores, competidores, etc)
    • Criar mentalidade Ganha-Ganha
    • Observar o efeito de Rede Direta
      • Alguns grupos de atores
      • Quanto mais usuários, maior o valor para outros usuários
        • Complementadores
      • Base Instalada
    • Observar o Efeito de Rede Indireta
      • Núcleo em Produto – Produtos complementares
      • Novos entrantes
    • Como lidar com os consensos e divergências?

Espaço de Inovação

Em seguida, a empresa deve observar o espaço da inovação. Por espaço de inovação pode se classificar em:

  • Local
    • Analisar onde isso ocorre
    • Classificar a inovação segundo: Produto, Processo, Serviços e Modelo de negócios
  • Entender o grau da inovação
    • Incremental
    • Radical (disruptiva)
  • Entender o nível
    • Modular
    • Arquitetural

Gestão de Ideias

Definidas essas estruturas iniciais a empresa pode partir para um processo de gestão de ideias propriamente dito contendo:

  • A criação de um processo de estímulo a Criatividade
    • Trazer novas ideias é o primeiro passo para a inovação
    • Novidade (originalidade, fluência, flexibilidade)
    • Utilidade (Valor e factibilidade)
    • Processo criativo
      • Divergências criam novas escolhas
      • Convergências faz e combina escolhas
    • Aplicação de Brainstorming
      • Bloqueios de produção – como não fazer um brainstorming
        • Interrupções
        • Sem foco
      • Apreensão sobre a avaliação
      • Técnica de grupo nominal
      • Introdução e explicação
      • Geração silenciosa de ideias
      • Compartilhando ideias
      • Discussão em grupo
      • Votação e classificação
  • Aplicação de métodos como o design thinking
    • Abordagem para inovar e resolver problemas
    • Os 4 estágios
      • Coleta de insights (Ouvir, Observar, Entender);
      • Definir o desafio (problemas, Sínteses, etc)
      • Geração de ideias
      • Prototipação de soluções (construir e prototipar)
    • Aprendizado pela experiência
    • Centrado no cliente
    • Experimental e interativo
    • Falhas rápidas soluções rápidas
    • Interdisciplinaridade

Seleção de ideias

  • Por que você precisa de um processo de seleção de ideias?
    • Quando as ideias dos funcionários caem em ouvidos surdos
      • Sua motivação diminui
      • Geram menos ideias
  • O que ocorre quando a tomada de decisão é lenta?
    • Riscos de perder a janela de oportunidade
    • Gerar uma pressão para compensar o tempo perdido causa maiores custos e frustrações
  • Não explorar ideias radicais:
    • Leva a baixa lucratividade
    • Perdas de oportunidade de ganhar participação de mercado
  • Selecionar muitos projetos causa:
    • Falta de atenção da gestão
    • Falta de recursos para implementar todos os Gargalos
  • Não matar projetos ruins no início das causas:
    • Perder tempo e dinheiro
    • O custo de oportunidade de não alocar recursos para bons projetos.

Basicamente os princípios essenciais para a seleção de ideias estão relacionados a validação estratégica da ideia alinhada a necessidade da empresa, bem como gerar um portfólio balanceado contendo sua nota, risco e tempo estimado. É importante que o processo de aprovação de ideias seja transparente com clareza do porquê aprovar ou não.

Implementação de projetos

Uma vez que uma ideia se torna um projeto, a empresa deve alocar os recursos humanos e de capital para que o projeto possa ser implementado. Hoje em dia pode-se utilizar os métodos ágeis para executar o gerenciamento. Pensar sempre em melhor ter um mínimo produto viável (MVP) do que esperar um longo ciclo para executar uma entrega inovadora.

Avaliação de Resultados

Diz um velho ditado que é impossível melhorar algo ao qual não se consegue medir. Um bom programa de inovação prevê a geração de painéis gerenciais capazes de avaliar todo o ciclo de vida de uma ideia até se tornar um novo produto, processo ou um novo modelo de negócio. Deve ser capaz de gerar indicadores que apontem para o desempenho da empresa em seu programa. A utilização de técnicas de PDCA (Plan – Do – Check – Act) são largamente utilizadas. Atualmente, há um sortido mercado de software de dashboards gráficos para análise de desempenho podem gerar um painel centralizado de gestão.

Premie seus colaboradores e gere um ciclo de criatividade.

Agora é mãos à obra.